Clubes do Rio firmam união por ações comerciais em evento no Maracanã
Presidentes de Bota, Fla, Flu e Vasco vêem marco no futebol carioca e listam pirataria, ingressos, licenciamentos e aumento de receitas como assuntos
O Maracanã foi palco de um encontro inédito entre os clubes grandes do
Rio de Janeiro, no que diz respeito à união do ponto de vista comercial.
Os presidentes de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco estiveram no
estádio, no fim da manhã desta segunda-feira, para anunciar um novo
movimento, denominado Cariocas. A ideia é fortalecer as receitas, lutar
contra pirataria e unificar licenciamentos de produtos.
Projeto semelhante já foi implementado em São Paulo, pelos times
locais, mas ainda sem atingir grandes objetivos e avanços, até então.
Segundo o botafoguense Mauricio Assumpção, há iniciativas em curso desde
que os dirigentes começaram a se reunir, semanalmente, há alguns meses.
Existe um contrato, mas sem duração, e se ater a ele depende apenas da
vontade de cada um, à medida que o tempo passar. Ou seja: o rompimento é
livre a qualquer momento.

- É um dia importante para os presidentes dos grandes clubes cariocas,
um verdadeiro marco. Fizemos questão de apresentar no Maracanã, em
obras, para mostrar que também estamos refazendo uma relação importante.
Teremos ações comerciais integradas como carro-chefe do movimento. Em
várias situações, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco se pegaram
isolados em negociações e entenderam que a união tornaria os clubes mais
fortes. Temos diferenças que existem dentro de campo. O que é da
instituição, do torcedor, da vibração das arquibancadas é bem-vindo, mas
temos que pensar sempre em aumentar nossas receitas. Esse dia simboliza
a nova integração entre os grandes clubes - afirmou Assumpção,
destacando a participação da Federação de Futebol do Estado do Rio
(Ferj) e da empresa Golden Goal, da área de marketing esportivo, que foi
procurada para alinhar o projeto.
Ao serem convocados a seus assentos, os presidentes estavam
desfalcados: Roberto Dinamite se atrasou e foi representado pelo vice de
finanças do Vasco, Nelson Rocha, por alguns minutos. Quando apareceu,
por volta das 11h30m, foi exaltado pela rubro-negra Patricia Amorim, que
tinha a palavra naquele instante, e ganhou um beijo carinhoso da rival.
(Foto: André Casado / Globoesporte.com)

Patrícia esteve em foco, mas foi econômica e pouco falou
- Chegou... o mais charmoso! - comentou a mandatária rubro-negra, que
deixou a cerimônia, escoltada, exatamente no momento em que as perguntas
direcionadas sobre a parceria terminaram, evitando o assunto Ronaldinho
Gaúcho.
Antes, o tricolor Peter Siemsen também alegara compromissos para se
ausentar e colocar em seu lugar o vice de marketing Idel Halfen.
Durante o período em que estiveram à frente das câmeras, o grupo de
trabalho reforçou que a aliança não representa um início de manobra
política, que levaria a uma possível criação de Liga, algo que foi
considerado por conta da controvérsia sobre o número de clubes no
estadual. Além disso, foi descartada a união por uma renegociação dos
contratos de TV e outros que já estejam em vigência e que englobem os
quatro clubes em questão.
No caso da pirataria, já existe um delegado responsável por comandar as
investigações, e pontos e datas gerais de combate estão surgindo. Há
cerca de um mês, uma ação teve sucesso ao desvendar um local próximo ao Engenhão que mantinha produtos
falsificados. Na ocasião, antes de um jogo entre Botafogo e Vitória,
sete homens foram detidos. Trata-se da Delegacia de Repressão a Crimes
contra Propriedade Imaterial (DRCPIM).
- A perda de receita é enorme. E fere a imagem do clube. Precisamos
fazer valer esse projeto e reprimir os atos, além de conscientizar o
público, mesmo que ache as camisas oficiais caras, que é errado
participar da pirataria - disse Mauricio Assumpção, o cabeça deste lado
da corrente.
Fonte: GLOBOESPORTE.com
Por André Casado
Rio de Janeiro
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